A porta de correr
A porta de correr entende-se como elemento construtivo apto a ser utilizado como dispositivo espacial que, ao contrário de outros dispositivos mais correntes, permite a definição de espaços não estritos/estáticos - flexíveis.
O recurso a elementos planimétricos móveis, soluções como as portas de correr, painéis deslizantes, portas de fole, por vezes até mesmo mobiliário perimetral móvel, etc… permite a contínua definição/sobreposição de vários espaços, e a sua constante reconfiguração traduz-se em adaptabilidade e versatilidade, características mais evidentes destes espaços.
Este ideal de arquitectura adaptável, teve nos anos 60 a sua expressão mais radical no trabalho do Metabo-group, propondo o conceito de “Metabolism Architecture”, arquitectura transformável para responder com eficácia aos desejos do habitante/cliente comum.
Esta perspectiva sobre a flexibilidade do espaço, encontra paralelo, e possivelmente, funda a sua origem, na concepção espacial dos interiores da Arquitectura tradicional Japonesa, como verificou nos anos 30 Bruno Taut, lendo uma ponte clara entre o espaço Nipónico livremente compartimentável, e a Arquitectura Moderna, com expressão máxima nos interiores domésticos de Le Corbusier (veja-se a Unité d’habitation de Marselha).
Experimentado e testado nas suas múltiplas aplicações e variantes, o painel deslizante, ou a porta de correr ou fole, e o espaço decorrente, encontra no ideal moderno da machine à habiter, o território ideal para a sua profusão e difusão, materializada de forma paradigmática na Casa Schroder (1924-25), de Gerrit Rietveld (Utrecht).
O trabalho sobre conceitos como “adaptable housing”, “growing house” e “co-operative house” é constante ao longo do século XX, e parece derivar em duas linhas de pensamento espacial distintas: Mutant Space e o Open Space.
Se por um lado, a origem Nipónica da livre disposição e continuidade espacial vê traduzidos de forma directa no primeiro modelo, a operatividade e o dinamismo que lhe são inerentes, por outro, o segundo modelo opta por libertar o espaço, originando a continuidade espacial imaculada e estática de Mies Van Der Rohe, materializada em grandes planos fixos de desenvolvimento horizontal.
Subjacente a estes dois modelos estão concepções estruturais também elas particulares e distintas. No primeiro caso, a premissa é de que os elementos resistentes são distintos dos elementos móveis. Estrutura e “enchimento” são elementos separados, um é contentor do outro. Por contraponto, o segundo caso concebe estrutura e elementos de enchimento como um só, resultante da fusão dos dois.
A publicação “Less is More” de Vittorio Savi y Jose María Montaner (1996), e, en “Supermodernismo, Globalización o Neutralidad” (1998), de Hans Ibelings, fazem um apanhado das soluções residenciaismais actuais que, supostamente, fariam tendência para a configuração de uma “nova modernidade”.
Numa leitura atenta aos conceitos subjacentes aos trabalhos publicados em ambas, podemos verificar que as ideias chave são: Espaços Flexíveis, Espaços Transformáveis, Espaços Controlados (espaços em que a estrutura se funde com os elementos de enchimento atribuindo-lhes funções que camuflam os limites do espaço, etc....).
Podemos concluir que, no virar do século, o tema de que tratamos continua a ser investigado e experimentado pela disciplina, linha de pensamento que não esgota potêncial e que deixa ainda muito campo para a sua exploração, veja-se a exemplo disso, o trabalho de Shigeru Ban (Naked House, 2000; Curtain Wall House, 1995; Wall-Less House, 1997; Furniture House 1, 1995; Funiture House 2, 1996; Nine-Square Grid House, 1997;).
O recurso a elementos planimétricos móveis, soluções como as portas de correr, painéis deslizantes, portas de fole, por vezes até mesmo mobiliário perimetral móvel, etc… permite a contínua definição/sobreposição de vários espaços, e a sua constante reconfiguração traduz-se em adaptabilidade e versatilidade, características mais evidentes destes espaços.
Este ideal de arquitectura adaptável, teve nos anos 60 a sua expressão mais radical no trabalho do Metabo-group, propondo o conceito de “Metabolism Architecture”, arquitectura transformável para responder com eficácia aos desejos do habitante/cliente comum.
Esta perspectiva sobre a flexibilidade do espaço, encontra paralelo, e possivelmente, funda a sua origem, na concepção espacial dos interiores da Arquitectura tradicional Japonesa, como verificou nos anos 30 Bruno Taut, lendo uma ponte clara entre o espaço Nipónico livremente compartimentável, e a Arquitectura Moderna, com expressão máxima nos interiores domésticos de Le Corbusier (veja-se a Unité d’habitation de Marselha).
Experimentado e testado nas suas múltiplas aplicações e variantes, o painel deslizante, ou a porta de correr ou fole, e o espaço decorrente, encontra no ideal moderno da machine à habiter, o território ideal para a sua profusão e difusão, materializada de forma paradigmática na Casa Schroder (1924-25), de Gerrit Rietveld (Utrecht).
O trabalho sobre conceitos como “adaptable housing”, “growing house” e “co-operative house” é constante ao longo do século XX, e parece derivar em duas linhas de pensamento espacial distintas: Mutant Space e o Open Space.
Se por um lado, a origem Nipónica da livre disposição e continuidade espacial vê traduzidos de forma directa no primeiro modelo, a operatividade e o dinamismo que lhe são inerentes, por outro, o segundo modelo opta por libertar o espaço, originando a continuidade espacial imaculada e estática de Mies Van Der Rohe, materializada em grandes planos fixos de desenvolvimento horizontal.
Subjacente a estes dois modelos estão concepções estruturais também elas particulares e distintas. No primeiro caso, a premissa é de que os elementos resistentes são distintos dos elementos móveis. Estrutura e “enchimento” são elementos separados, um é contentor do outro. Por contraponto, o segundo caso concebe estrutura e elementos de enchimento como um só, resultante da fusão dos dois.
A publicação “Less is More” de Vittorio Savi y Jose María Montaner (1996), e, en “Supermodernismo, Globalización o Neutralidad” (1998), de Hans Ibelings, fazem um apanhado das soluções residenciaismais actuais que, supostamente, fariam tendência para a configuração de uma “nova modernidade”.
Numa leitura atenta aos conceitos subjacentes aos trabalhos publicados em ambas, podemos verificar que as ideias chave são: Espaços Flexíveis, Espaços Transformáveis, Espaços Controlados (espaços em que a estrutura se funde com os elementos de enchimento atribuindo-lhes funções que camuflam os limites do espaço, etc....).
Podemos concluir que, no virar do século, o tema de que tratamos continua a ser investigado e experimentado pela disciplina, linha de pensamento que não esgota potêncial e que deixa ainda muito campo para a sua exploração, veja-se a exemplo disso, o trabalho de Shigeru Ban (Naked House, 2000; Curtain Wall House, 1995; Wall-Less House, 1997; Furniture House 1, 1995; Funiture House 2, 1996; Nine-Square Grid House, 1997;).